quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A Psicologia do Elefante

Este artigo abordará um tema instigante para mim e espero que para você tbm. Vamos falar de crenças psicológicas falsas. Isto mesmo, verdades mentirosas.


Uma grande lona sempre era armada em lotes espaçosos e trazendo tbm vários animais. Dentre todos os animais, o que mais me fascinava era o elefante. Sempre majestoso imponente; um animal tão forte, capaz de arrastar toneladas e que ficava acorrentado a uma estaca de madeira enfiada a poucos centímetros dentro do solo. E eu me perguntava porque aquele elefante não fugia já que era possuidor de uma força descomunal capaz até de arrancar uma enorme árvore. Só muitos anos depois entendi que quando bebê, aquele elefante ficava acorrentado na mesma estaca e na época era o suficiente para aprisioná-lo. Elefante não tem consciência e não sabe que cresceu e ficou forte e ninguém nunca lhe disse que ele agora não era mais bebê, portanto, aquela corrente atada na estaca não mais seria suficiente para segurá-lo. Elefante é elefante, você nunca verá um elefante se olhando no espelho, tirando foto... ele não tem ambição, não tem vaidade, não quer se aposentar, se casar e muito menos comprar uma casa na praia. Ele quer ser apenas elefante; ele não pensa é irracional. Existem muitas pessoas que são verdadeiros elefantes e se comportam como tal. São fortes, mas acreditam ainda que sejam criancinhas; bebês aprisionados em medos e correntes do passado. Se você que está lendo este texto acha que a corrente que o prende a sua estaca é forte, tudo bem... mas lembre-se que esta estaca que no passado aprisionou-o, hoje é frágil e fácil de arrancar. Então, independente do problema que vive, seja casamento falido, a crença de que é incapaz, o medo da solidão ou de fracassar; lembre-se que são apenas correntes presas e estacas débeis. Quem te segura não são os elos grossos da corrente arrancado a estada. Os elos não mais te prenderão. Não importa se são feitos de aço. A maioria das pessoas se intimida com o calibre dos elos, do material da corrente... Seu foco deve ser a estaca. Puxando a estaca você não será detido pelas correntes. Faça algo diferente do elefante.Seja humano, tenha consciencia de sua força, de seu desejo, do seu querer, de seus potenciais. Caso contrario vc receberá somente aplausos por ter se comportado como um verdadeiro bicho de picadeiro... domesticado e muito obediente e acreditando sempre que vc não poderia viver se as estacas existenciais do passado .

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Como você tem beijado?

Todos já ouviram seu nome pelo menos alguma vez, estou me referindo a Sigmund Freud. Esse austríaco que teve idéias muito “malucas” para a sociedade vitoriana. Esse sujeito que deixou muita gente de cabelo em pé na sua época, e até hoje causa discussões acaloradas, foi veemente no tocante ao beijo. Este entendia se tratar de uma manifestação ou seria melhor um resquício da oralidade da infância. Eu prefiro uma definição mais popular: Diria que sentimos um saudosismo da mamada lá dos primeiros dias de vida. A certeza que fica é que sem beijar fica difícil viver. Na verdade quando você leu esse titulo você não quer saber nada da vida de Freud. Na verdade o que te interessou é que você tem dúvida quando o assunto é beijo e parece que com o passar do tempo as dúvidas sobre as coisas mais banais são as mais importantes. Você não está só, muitos questionam a qualidade;eficiência ou a ausência do beijo. E fica mal para um adulto admitir em público ter dúvida sobre um tema que parece tão pueril mas na verdade falamos muito pouco de beijo. Não me lembro de nenhuma instrução mais pormenorizada sobre esse ritual. Uma pena! Alguns se interessam por esse artigo por saberem que já faz um tempão que não beijam e qualquer esboço de uma cartilha do beijo causa frenesi. Não vou dizer de antemão que você não vai aprender nada sobre o beijo, prometo iludir vocês somente o necessário para prender a atenção de vocês leitores até o término desse texto. Posso garantir que você não aprenderá a ser um exímio beijador, mas talvez você aprenda a não cometer os deslizes elementares dos que faliram na arte de beijar. É muito comum vermos casais se beijando loucamente... Não precisa ser parente de Freud muito menos psicólogo para afirmar que ali há paixão e desejo e talvez nenhum amor. Corpos entrelaçados querendo se fundir num só, uma entrega absoluta e incondicional. Na verdade o beijo vende! Vou explicar melhor: O cinema usou e abusou muito das cenas de casais enamorados que terminavam uma discussão ou selavam juras de amor eterno no altar com cenas memoráveis do beijo. Ou o famoso beijo na chuva que sempre despertou a vontade de fazer o mesmo. Talvez porque o melhor gosto do beijo se afine e esteja em sintonia com a natureza. Sabe-se apenas que ninguém fica indiferente a uma cena de beijo. Não é verdade? Alguns ficam enfurecidos, outros saudosistas, outros invejam;,outros lamentam e poucos aplaudem sinceramente. Em meio a tantos beijos, o que melhor temos é o nosso próprio beijo... é quando você passa a ser protagonista e não um mero espectador. Talvez porque beijar não combina com o pensar.Quando se pensa muito se beija muito mal. A razão não é o melhor lugar para preparar o terreno fértil para nascer o beijo. Na contramão do beijo que contagia as pessoas de emoção temos os casais que se beijam por dever ou obrigação. Alguns chamam de selinho... é um beijo que deveria receber um selo de reprovação por algum órgão tipo immetro, pq na verdade esses beijos são conhecidos como beijos chuchu. É muito fácil saber quando você beija com gosto de chuchu; o gosto é nada. Esses casais beijam para cumprir protocolo... Beijar sem vontade é o mesmo que respirar sem pulmão. O automatismo e a pressa são as desculpas para o beijo chuchu. Eles alegam que estão sem tempo para beijar; as contas, o banco vai fechar, o trânsito... enfim, tudo é elencado na qualidade de pretexto. A única verdade que não vem à tona é que não existe mais desejo. O que não pode ser dito por palavras vem em forma de beijinhos sem graça. Já ouvi relatos de mulheres que reclamam que os maridos querem transar sem beijar. Como já dizia certo poeta: “beijar é falar um segredo que o ouvido não tem competência para escutar; somente a boca”. Posso garantir que sua melhor relação sexual coincidiu com os melhores beijos. Enamorar, apaixonar-se é render-se ao beijo desmedido, muitos condenam e não gostam de ver casais se beijando e recriminam em nome da moralidade. Esses indivíduos estão no calabouço da vida respirando o azedume da descrença existencial. A verdade é que ensaiamos o beijo antes mesmo de respirar com nossos pulmões no ventre materno. De certa forma estamos lá dentro da cavidade uterina com o dedinho na boca talvez para prepararmos ou massagearmos a nossa boca para árdua e prazerosa tarefa de beijarmos. Ninguém escapa: mães, pais, animais, espelhos e laranjas na adolescência, filhos, maridos e esposas. Para cada pessoa um tipo de beijo; temos o beijo fraternal, o beijo de carinho, o beijo de paixão, o de gratidão e o de agradecimento. Mas cá pra nós, como fica a sexualidade com um beijo que é parente do beijo chuchu? O pai que um dia beijou a filha sem amarras, hoje se sente tolhido em nome da vergonha, a filha é impedida de beijar o pai porque é pagar mico, a esposa esquece-se de beijar sem pensar nas contas do dia seguinte, alguns esquecem até de fechar os olhos... É verdade, Freud estava certo. Quando pequenos mamamos e aprendemos que pela boca vem nossa sobrevivência; é instintiva a descoberta desse buraco que temos na face, só que junto com o leite materno pode vir afeto, amor, aceitação ou rejeição, indiferença ou amargura... Depois mais tarde podemos nos alimentar de modo saudável ou ingerir drogas. Podemos dizer palavras edificantes ou destruir o outro com maledicência. Finalmente acredito ser mais fácil seguir a cartilha que aconselha: usar a boca para encurtar o caminho da emoção que vem do coração. Então fica a certeza que se você não tem beijado bem, você não tardará a ficar anêmico de alma; logo estará faltando o nutriente fundamental: amor

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Guarda-me

Espera só mais um ou dois minutos, eterniza este abraço, grava-o na tua memória para que amanhã e depois, e depois te dê apoio e proteção, te faça sentir amado e desejado, como uma mãe que ama um filho, sempre e em silêncio, sem nunca perder a paciência, sem nunca cobrar, sem nunca pedir, só dar, dar, dar.
Espera ainda, esconde tudo. Leva o meu cheiro para casa e esconde-o dentro de uma gaveta, não deixe que ninguém saiba que te quero e te desejo, não deixe que te falem de mim, não ouça o que os outros te dizem, eles não estão no meio de nós, ninguém está no meio de nós, só nós é que estamos aqui, a vida que vivemos é a nossa vida e não a que os outros querem que seja. Viva cada minuto intensamente e no maior segredo, faz como aquele poeta que só deixou que as suas palavras fossem lidas depois de morrer, para que ninguém o julgasse ou pudesse apontar-lhe o dedo.
Me guarda bem, perto de ti, sempre perto, mesmo que eu não te veja ou tu não me fales, estarei ali, junto de ti, como Vénus sempre atrás da lua quando o dia cai e a noite se levanta, silenciosa, altiva, celeste e discreta. Me deixe ficar ai, ai ninguém me vê, estou protegida pela discrição da noite, pelo silêncio dos pássaros que já dormem e não nos podem denunciar. Serei uma sombra, um suspiro, um sorriso, uma festa no teu cabelo.
E a minha presença, certa e segura junto ao teu coração, vai trazer de volta os sons das nossas conversas, a temperatura das nossas mãos entrelaçadas uma na outra, o sabor da minha boca na tua, o meu olhar dentro do teu como se nunca tivesse partido, como se nunca mais precisasse de voltar a essa estúpida rotina que nos rege os dias e as noites, e nunca mais te sentirás uma pessoa normal, igual às outras, porque é agora que pode ser dono da tua vida e do teu coração, é agora que tudo pode acontecer de outra forma e a vida se transformar em algo que sempre sonhou!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Segredo...

                  

As palavras se revolvem na minha cabeça, no meu coração, na minha lingua... Estou morta por te ver!!! Mil milhões de bilhões de vezes tenho pensado em todos os tipos de ideias e mensagens, e coisas absurdas pra você, desde que decidi partir. Pensei em fazer um diário... Pra contar as vezes que vou sentir saudades tuas (os números são muito elevados pra contar). Continuo tentando que o meu coração chegue ao teu, e acabei por decidir pensar em você em silêncio. Este silêncio imposto entre nós tem sido quase impossivel, como uma fera enjaulada, tenho andado de um lado para o outro nesta casa, a horas incriveis, interminavelmente, a sofrer, a desambular, com saudades tuas, contigo alojado no coração e no espirito, como uma porta que não se fecha, impossivel te fechar por um simples momento.


terça-feira, 13 de setembro de 2011

Ele é um cara pra namorar?

Muita gente reclama que está difícil achar alguém legal pra namorar. Daí encontram uma pessoa, não pensam sobre o que querem nem aonde querem chegar, começam um relacionamento e terminam poucos meses depois. Se você contar quanto tempo já perdeu em relacionamentos que não valeram a pena, vai se surpreender.
Como a vida é curta e a gente quer mais é ser feliz, pensei em uma lista de características que contam pontos positivos pra um cara ser um bom namorado. Claro que gostos são diferentes e que é muito difícil encontrar alguém que se identifique com todos os itens mas, se ele apresenta uma boa parte deles, é sinal que existe a probabilidade de um relacionamento bacana estar surgindo na sua vida.



1. A conversa precisa fluir desde o início. Se vocês se acham igualmente interessantes, dificilmente vai faltar assunto. Se ele fala demais ou pouco demais sobre ele mesmo, não é um bom sinal.
2. Ele precisa ser gentil. Não avalie esse item se baseando em fatores clichês do tipo se ele abre ou não a porta do carro pra você. Isso é fácil de forjar. Gentileza deve ser sentida nas coisas mais simples como:  se ele para na faixa pra deixar as pessoas atravessarem, se ele deixa a a pessoa com um produto passar na sua frente no supermercado, se ele se oferece pra ajudar na cozinha, etc. 
3-  Atração é um fator essencial. Isso não significa que a pessoa tem que ser bonita, mas significa que ela tem que ser atraente pra você.
4- Perceba se ele é honesto. Atitudes pequenas, podem revelar traços do caráter dele. Perceba se ele é sempre quer dar um jeitinho de enrolar as pessoas ou se ele faz questão de ser justo na maioria das vezes.
5- Ele precisa te pegar com vontade. Se ele realmente se importa, você consegue perceber de cara se baseando no tamanho do sorriso que ele abre quando te vê ou na intensidade dos abraços que ele te dá.
6- Ele precisa ter objetivos na vida. Não importa quais sejam – ele precisa ter um foco e estar fazendo seu melhor pra chegar lá.
7- Vocês precisam ter interesses em comum. É claro que diferenças sempre acresentam conhecimento nas nossas vidas mas, interesses muitos opostos do tipo ele curtir ir pra micareta e você curtir ouvir jazz e tomar um bom vinho, cedo ou tarde começam a pesar.
8- Ele precisa te encantar todos os dias. Não importa quanto tempo um casal esteja junto, é preciso que você o olhe e frequentemente encontre coisas que a deixe apaixonada. Relacionamento sem paixão tem poucas chances de ser um relacionamento feliz. 
9- Ele precisa ser parceiro. Tem que mostrar que se importa mesmo nas horas mais difíceis – só assim você pode garantir um relacionamento com igualdade. 
10 – Ele precisa ser um homem de palavra. Não importa qual sentimento esteja nutrindo por você, um homem precisa saber cumprir sua palavra. Se ele fala uma coisa e age de outra forma, pode ser um sinal que você esteja lidando com um moleque do prédio. 
11- Ele precisa ser interessante pra você. Relação sem admiração não existe. Se logo no começo a admiração é pouca, ela tende a diminuir com o passar do tempo.
12 – Perceba se ele é fútil – se quer sempre o melhor carro, ir sempre nas baladas mais caras, comprar só roupas de marca, ou, pior – se ele acha que dinheiro pode comprar pessoas.  Alguém que vale a pena precisa saber reconhecer que há outras coisas importantes na vida além do dinheiro.
13- Ele precisa ter amigos e respeitar suas amizades. Se tudo der errado no final, são os amigos que vão estar lá pra segurar sua mão. 
14- Ele precisa conseguir administrar o ciúme. Alguém que não consegue admitir o fato que é impossível perder algo que não possui, provavelmente vai acabar se tornando uma pessoa chata e paranóica.



sábado, 10 de setembro de 2011

Agosto Amargo

"Eu poderia me reinventar te contando como passei meus últimos dias, mas penso que as informações seriam meio incompletas, só sei do gosto de vodka e preguiça que não levantam comigo, misturados com o perfume agressivo de outros rapazes que dormi junto desejando acordar nunca mais. Os papos chatos, os sabores de beijos secos que não se sobrepõem ao seu na minha língua, as músicas altas demais que ouço com a manifesta intenção de estourar um tímpano, e explodir dentro de mim tudo que você ainda representa.
Olha pra mim. Ando finalmente me divertindo, sendo feliz pela noite, e transcorrendo os dias como se o futuro bonito fosse o que realmente parece ser - apenas um elogio falso pra gente sentir que sonhar é tão bacana quanto viver. Embora eu ainda acorde quente e molhada de pesadelos que tenho contigo, sempre de olhos abertos e inchados, claro. Dele, eu interpreto que o amor não passa de um cachorro louco, dando voltas, correndo atrás do rabo, babando doente de raiva. Você é meu eterno agosto, rapaz. Louco e amargo. 
Seu sarcasmo sempre foi o diabo da nossa comunicação, então eu ordeno: tira esse riso sórdido do rosto, não vá pensando que essas palavras jorram da minha boca como placebo pro meu desconforto. A dor é meramente ilustrativa, e psicológica também. Ninguém jamais me fez sofrer, nunca me obrigariam a isso, sempre que sofri por alguém foi porque quis, não por julgar que valessem a lágrima, cada uma delas. Se corri tanto atrás de você foi pela ideia fixa de fazer justiça com as próprias pernas.
Mas agora tá tudo bem. Aprendi que quanto mais superficialmente você costura uma relação, menos chance há de se afogar. Navegar é preciso, o negócio é não faltar nas aulas sobre como boiar em águas nem doces nem salgadas. Hoje posso dizer convicta que prefiro o clarão das aparências que a penumbra de mergulhar fundo, sem saber como respirar abaixo do chão. Agora, como boa marinheira de incontáveis viagens, finalmente sei como desatar nós.    
Eu sei, tudo isso soa meio triste e solitário, mas durante todo esse tempo que você ficou ao meu lado me ensinando como ser sozinha, tudo indica que fiquei boa nisso. Essa não é minha vida mesmo, essa alegria é emprestada, esse sorriso é postiço. No meu rosto decorado com pó diluível, a maquiagem é à prova de decepção - especial pra quem vaga pela noite sem o retornável desejo de quebrar a cara. E desse corpo que ofereci pra ser só seu, também não sou mais dona, agora é quase de quem quiser.
Cara, eu só queria te ver mostrando que precisa de mim, vez que outra. Que me amasse com ênfase nas vezes que não mereci ser amada. Porque, entre me sentir inútil só pra você e me sentir inútil pro resto do mundo, optei pela diversidade. Ok, não vou mentir, tenho sentimentos de estimação por você. Mas estou deixando de alimentá-los. Um dia eles morrem."

 GABITO NUNES

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Tampa da Panela

As solteiras dizem que os homens não querem nada sério e os solteiros, que está difícil encontrar uma mulher para namorar. Será que um dos lados está mentindo? Será que ambos estão procurando no lugar errado? Ou será que simplesmente as tampas e panelas até gostariam, mas não conseguem se encaixar? É possível que todas as alternativas estejam corretas, ou é possível que sejam falsas, mas que o mundo dos solteiros não está fácil há tempos, é fato.
Mas o que também não está fácil é a vida dos comprometidos. Se encontrar alguém já é difícil, conviver com esse alguém pode ser ainda mais. A verdade é que os habitantes do planeta terra parecem estar cada vez mais intolerantes. Não bastasse as diferenças de personalidade, o stress do dia a dia contribui em larga escala para a abertura dos processos de divórcio.
E no meio de tudo isso estão os eternos solitários, que nunca poderão conhecer as maravilhas e as frustrações de um relacionamento a dois. Os chamo de eterno solitários , porque procuram uma pessoa perfeita, o príncipe encantado, a princesa linda, loira e boazinha. Porque preferem viver imaginando como seria fantástica uma relação com alguém que apenas lhe trouxesse felicidade, alguém que resolvesse todos os seus problemas, alguém com quem seria possível viver um verdadeiro conto de fadas. Os eternos solitários preferem o prazer da imaginação perfeita, que uma realidade nem tão prazerosa assim. Ficção? Não mesmo!
Já questionaram: como seria se Romeu e Julieta não tivessem morrido? Talvez a Julieta já tivesse com outro Romeu e o Romeu com outra Julieta. Ou ele teria assumido ser gay, ou teriam superado a crise dos 3, 7, 10, 12 e 15 anos, ou não teriam superado a primeira crise. Talvez estivessem separados e sozinhos, talvez o Romeu teria sido obrigado a se livrar da Julieta para poder se livrar da mãe dela também. Enfim…eu poderia escrever “talvez” por horas…já que tudo que envolve qualquer ligação entre um homem e uma mulher, ou 2 homens e 2 mulheres, jamais será uma ciência exata.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Amor ou Dor ?

Há quem prefira sempre o caminho do sofrimento e da dor, convencido que assim demonstra de forma inequívoca os seus sentimentos. Normalmente são pessoas que acumulam relações falhadas. Há quem, acreditando no amor livre de dor, seja surpreendido por um desgosto e a partir daí vista a pele de vítima e não se disponha a reflectir sobre as razões pelas quais as coisas não funcionaram. Outros há que, acreditando incondicionalmente no sentimento amor, olham para as experiências menos boas como experiências, aceitam fazer o diagnóstico das causas do insucesso com um espelho à frente e se empenham em conhecer a si próprios, em encontrar o equilíbrio, para poderem, de novo, dar uma oportunidade ao amor.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Gosto

Gosto de te ver a rir e a brincar, gosto do teu cheiro e do teu olhar, gosto de te ter sempre perto e de sentir que tudo está certo, de saber que afinal vale a pena acreditar que um dia a paz acaba sempre por chegar, que não há esperas vãs nem dias perdidos, que todas as noites são de lua cheia e todas as manhãs estão cheias de ti, meu amor, te quero, te quero, te quero.
Por isso abre as mãos e o peito, me deixe ficar para sempre lá dentro, me guarda em ti e espera sem esperar a cada dia que passar, que este meu amor imenso, doce, intemporal resista ao tempo, resista ao medo, resista ao mundo, resista a tudo e não precise de mais nada a não ser de ti, tu que és principio e fim, que esta no meio de tudo, que atravessa a vida de mão dada comigo, tu de quem eu gosto, gosto, gosto.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Silêncio

Permaneço tempo demais olhando, séria -até mesmo, cética- justo porque não sai. Sei exatamente o que devo falar. O que quero. E não. nenhuma sílaba, sumiço de qualquer vestígio daquilo tudo que eu idealizo que vou dizer, não aguento mais, e você merece ouvir. Coisas boas, não há o que temer. A não ser, há sim: e se essa minha profundidade em larga escala, já tão condecorada em assustar e te levar pra longe, aos poucos e de repente? Estou desesperada para colocar tudo a perder na fogueira dos sentimentos que não sabemos até onde vão ( e se confessáveis são). Fico então, eu que não sou, estática, olhando bem fundo os detalhes que compõe esse segundo à minha frente em que não decido se digo, ou calo. E acabo ficando com a terceira opção, subliminar: rio. porque você ri também. Tempo demais no silêncio, além de dar corda às artimanhas internas para que se arquitetem sonhos e dissoluções, enigmas, esfinges e misteriosas questões, nos dão vontade ainda maior de viver com afinco. É que... Deixa. O tempo pra mais tarde, a fala pra outra situação. Eu, a quem as situações já pisotearam a sinceridade espontânea, fico toda amedontrada de receber qualquer negativa.
Mas você continua a me olhar e não dói, posso quase dizer que liberta. Mesmo eu que falo demais e sempre,e tento trucidar qualquer segundo de inércia ou mudez saliente, há esses momentos em que ninguém precisa falar nada porque é só passar as unhas pela tua barba mal feita ou encontrar o ponto exato onde a sensibilidade aperta para que logo em seguida, quebrando os raros instantes de quietude, você me ataque, não feroz, mas como quem experimenta da comunhão divina que é compartilhar as pouquíssimas oportunidades onde impera aquela serenidade despretensiosa, tão diferente ao silêncio de um abismo de quando um de nós dois desgosta de algo. É nessas horas onde capto todos os detalhes seus, sem música de fundo, voz ou barulho das ruas da cidade, das luzes apagadas e apenas frestas de dia nascendo tentando nos iluminar, assim na trajetória de redescobrir qualquer coisa sua que talvez ainda não saiba, que a única certeza é a de estar experimentando um pedacinho do paraíso e desejar que isso não acabe nunca.
Guardo sempre o registro visual desses flagrantes da felicidade sendo possível, terna e estável. De ver o seu sono profundo de anjo salvador e tentar o desafio de despertar o seu descanso para aproveitar um pouco mais o tempo escasso juntos. De discorrer sonolenta frases sem nexo que você tenta reordenar nesse quebra-cabeça que é a minha mente confusa. De ir do vinho até a àgua numa madrugada só, com os olhinhos ainda mais dimínuidos que tanto você adora. De bergamotas e caminhos errados, filmes ruins e despedidas intermináveis: silenciosas também, onde a única coisa que digo é que não quero ir, enquanto ensaio uma ida e a gente se beija, e acabo não indo porque você me bagunça o cabelo e eu saio daquela minha maneira desastrada e lenta de quem abre a porta querendo correr de volta pro carro. Desses silencios que a gente às vezes divide, mas que apenas nos unem e fortalecem mais ainda. cheios de certezas e doçura, alguma recuperação sonolenta dentro de cada manhã.

(Camila Paier)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Geminiana

É interessante, porque a mulher de Gêmeos, de certa forma, acaba sendo a personificação do desejo de muitos homens: o de possuir mais de uma mulher. Sim, porque uma coisa que a geminiana não sabe, é ser uma mulher só todo o tempo. Existem sei lá quantas mulheres ali dentro daqueles olhos agitados. E devo dizer que não é fácil atrair o seu foco por tempo suficiente pra que essa mulher se apaixone. Ela viaja e faz comentários sobre várias coisas ao mesmo tempo. Mas uma vez que você consiga estabelecer uma sintonia física, mental e espiritual com ela seus olhos vão focalizar em você (finalmente!!). Não se anime tanto. Ainda estão lá todas as outras mulheres. A geminiana é conhecidamente a montanha russa do zodíaco, muito diferente da estabilidade convicta das taurinas. Ela logo irá se apaixonar por seus olhos, sorriso e jeito de falar. Mas daqui um tempo identificará (em voz alta) um leve estrabismo, dentes amarelos e o jeito ridículo como você assobia o ‘s’ em todas as palavras. Mas persista, meu amigo, porque não é sempre que se acha duas em uma por aí. Pra conquistar uma geminiana, tem que saber e gostar de lutar. Elas não se entregam fácil. Enquanto ela escuta você falar e o acha deliciosamente inteligente, no seu interior obscuro reflete sobre como você pareceu não se importar com a música interessante que começou a tocar há um minuto atrás. É meio confuso do lado de dentro dela, sempre em conflito. Mas as nativas de Gêmeos nunca vão externalizar isso literalmente… Embora seja possível ve-la dar pulos de alegria pela manhã, fugir de seus acessos de raiva à tarde e ouvi-la chorar à noite. Ela sabe transitar facilmente da mulher fatal, que deixa qualquer um sem palavras pra explicar, até aquela mulher enrolada num edredon-TV lambendo uma colher de brigadeiro. Pelo lado bom: dificilmente as coisas serão monótonas. Ela é uma companheira fantástica. Sua mente é elétrica, te acompanha em todo tipo de programa e conversa. Ela se interessa por tudo e reserva algum comentário sobre quase todas as coisas. Basta que você desperte a curiosidade dela. E aliás curiosidade e geminiana é que nem unha e carne. Se você está morrendo de amores por essas mulheres, é bom que goste de aventuras e emoções. Uma vez que você esteja com uma dessas, estará com todas as outras entende? Vai ter dias que o café ta manhã estará lindo e delicioso te esperando, mas em outros você vai passar por quartos caóticos e cozinhas em acesso de raiva. Terá uma mulher disposta a ceder a seus desejos ou alguém que você precisa correr para alcançar. Mas quer saber de uma coisa? Acho isso fantástico. Os vizinhos vão se comer de inveja sempre que você acorda e aparece com uma nova mulher por aí. Sabemos, claro, que é apenas a sua geminiana exercitando o que ela sabe fazer de melhor: ser tudo.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Às vezes

Às vezes é preciso aprender a perder, a ouvir e não responder, a falar sem nada dizer, a esconder o que mais queremos mostrar, a dar sem receber, sem cobrar, sem reclamar. Às vezes é preciso respirar fundo e esperar que o tempo nos indique o momento certo para falar e então alinhar as ideias, usar a cabeça e esquecer o coração, dizer tudo o que se tem para dizer, não ter medo de dizer não, não esquecer nenhuma ideia, nenhum pormenor, deixar tudo bem claro em cima da mesa para que não restem dúvidas e não duvidar nunca daquilo que estamos a fazer.
E mesmo que a voz trema por dentro, há que fazê-la sair firme e serena, e mesmo que se ouça o coração bater desordeiramente fora do peito é preciso domá-lo, acalmá-lo, ordenar-lhe que bata mais devagar e faça menos alarido, e esperar, esperar que ele obedeça, que se esqueça, apagar-lhe a memória, o desejo, a saudade, a vontade.
Às vezes, é preciso partir antes do tempo, dizer: aquilo que mais se teme dizer, arrumar a casa e a cabeça, limpar a alma e prepará-la para um futuro incerto, acreditar que esse futuro é bom e afinal já está perto, apertar as mãos uma contra a outra e pedir a Deus que nos dê força e serenidade. Pensar que o tempo está a nosso favor, que a vontade de mudar é sempre mais forte, que o destino e as circunstâncias se encarregarão de atenuar a nossa dor e de a transformar numa recordação ténue e fechada num passado sem retorno que teve o seu tempo e a sua época e que um dia também teve o seu fim.
Às vezes mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. No ar ficará para sempre a dúvida se fizemos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito. Somos outra vez donos da nossa vida e tudo é outra vez mais fácil, mais simples, mais leve, melhor.
Às vezes é preciso mudar o que parece não ter solução, deitar tudo a baixo para voltar a construir do zero, bater com a porta e apanhar o último comboio no derradeiro momento e sem olhar para trás, abrir a janela e jogar tudo borda-fora, queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusão, atirar com tudo para dentro de uma gaveta e deitar a chave fora, ou então pedir a alguém que guarde tudo num cofre e que a seguir esqueça o segredo.
Às vezes é preciso saber renunciar, não aceitar, não cooperar, não ouvir nem contemporizar, não pedir nem dar, não aceitar sem participar, sair pela porta da frente sem a fechar, pedir silêncio, paz e sossego, sem dor, sem tristeza e sem medo de partir. E partir para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando o que mais queremos é ficar, permanecer, construir, investir, amar.
Porque quem parte é quem sabe para onde vai, quem escolhe o seu caminho e mesmo que não haja caminho porque o caminho se faz a andar, o sol, o vento, o céu e o cheiro do mar são os nossos guias, a única companhia, a certeza que fizemos bem e que não podia ser de outra maneira. Quem fica, fica a ver, a pensar, a meditar, a lembrar. Até se conformar e um dia então esquecer.

sábado, 14 de maio de 2011

Paixão

Não há nada melhor do que estar apaixonado. Nem pior. Primeiro estranha-se, depois, entranha-se. A paixão dá para tudo. Para rir e chorar, fazer confidências, namorar ao luar a beber coca-colas de lata e sentir-se mais feliz do que  se estivesse numa suite do trigésimo andar do Pierre em Manhattan a beber Don Perignon.
Estar apaixonado é um estado de graça e de desgraça. Tira o sono e dá speed. Rouba a fome e mata a sede. Perde-se a noção do tempo, espaço, até do ridículo. Ganha-se força, vontade, desejo e anos de vida. Estar apaixonado é investir uma fortuna que demorou anos a amealhar num negócio de alto risco. E ainda por cima fazê-lo conscientemente. Porque a paixão é melhor do que qualquer bebida, droga ou paraíso terrestre. Uma pessoa apaixonada vai onde quer porque passa de repente a desconhecer os seus limites. Vê-se sem perceber bem como a fazer coisas impensáveis.

sábado, 7 de maio de 2011

Ah, minha mãe...

Me ouve, me atura, me trava as inseguranças, me acalma os nervos, me limpa as lágrimas e me lambe as feridas. Conhece-me como ninguém, talvez melhor do que eu me conheço.
Tenho saudades dela (quando estou longe). É como se tivesse a resposta certa para tudo. Habituei-me a não dar um passo na vida sem lhe perguntar, mesmo que depois faça tudo ao contrário.

Eu te amo muito, mãe!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Questão de escolha

Escolher quer dizer preferir, selecionar, optar. Toda a nossa vida é feita de escolhas.
Por mais indecisos que sejamos, ao abrir os olhos pela manhã, teremos de optar entre permanecer na cama, esquecendo as horas, ou levantar. A opção continua na primeira refeição da manhã: cereal, frutas, chá, café, pão integral, pão branco, mel, açucar ou adoçante.
Desejar bom dia ou resmungar qualquer coisa, ou ficar calado. São opções.
Sair de carro, dar uma caminhada ou fazer de conta que não tem compromisso nenhum. Ser gentil no transito, cedendo a vez a outro carro em cruzamento complicado, ou fazer de conta que ninguém mais existe no caminho além de você mesmo.
Não jogar nada pelas janelas do carro, ou empacalhar todo o caminho por onde passa, tudo é questão de escolha. Escolha de como você deseja que seja seu dia, a sua vida, o seu mundo.
Você pode se tornar uma pessoa quase indispensável no mundo, pela sua forma de ser. Ou decidir por ser alguém que, se faltar, poucos ou talvez ninguém notará. Um amigo contou que viajando pelas estradas pelo interior do Brasil, começou a sentir fome.
Aproximava-se o horário do almoço porque ele e o companheiro de viagem não conhecessem muito bem aqueles caminhos, ficaram atentos a qualquer placa indicativa de lanchonete ou restaurante. Mais alguns quilômetros percorridos e chegaram a um local que oferecia refeições. Em cima do imóvel, escrito em letras grandes, em madeira firme, lia-se: "Comida a escolê ". Logo entenderam que o proprietrário ou a proprietária se equivocara ao escrever, talvez pelas poucas letras que tivesse. Mas compreenderam, sem dúvida, que havia comida para se escolher. Entraram, e uma senhora  muito simples os atendeu. Porque não houvesse cardápio à vista, perguntaram o que havia para lher matar a fome. "Frango frito". Foi a resposta rápida. E o que mais?
"Só frango frito". Respondeu de novo.
"Mas a placa diz comida a escolher" - Argumentou o meu amigo. 
"Sim". Falou a senhora, sem pestanejar. O senhor escolhe se quer comer ou não quer comer. Tinha toda a razão aquela senhora. Tudo é opção.
Por isso, alguns de nós, escolhemos viver em clima de felicidade, com o pouco ou quase nada que tenhamos. Outros optamos por ser infelizes, com a abundância que desfrutamos. E curtimos a natureza, a praia, a montanha, os passeios com a família, o cinema.
Felicidade ou infelicidade. A decisão cabe a cada um de nós. Todos sofremos perdas, doenças, lutas, no mundo de provas e expiações em que nos movimentamos. Todos também usufruimos alegrias, conquistas, dádivas, saúde. O que fazemos com cada uma dessas coisas é o que estaremos fazendo com o nosso dia: alegrias ou tristezas, votórias ou derrotas.
Pense nisso, e escolha o que você deseja para você, agora, hoje, nesse novo dia.

Autoria desconhecida

segunda-feira, 25 de abril de 2011

...

Não sei exatamente em que momento comecei a despertar. Só sei que tudo começou a ganhar uma cara que, no fundo, eu já conhecia, mas havia esquecido como era. Comecei a despertar do sono estéril que, com suas mãos feitas de medo e neblina, fez minha alma calar. E foi então que comecei a ouvir o canto de força e ternura que a vida tem. Não sei exatamente em que momento comecei a despertar. O que sei é que não quero aquele sono outra vez..

terça-feira, 19 de abril de 2011

Utopia Outonal

Nós vamos entrelaçar os pés nas manhãs refrescantes de outono, assistir corridas ou treinos de madrugada na televisão, fazer duetos de músicas  (bregas ou não), viajar para as montanhas e sentir o ar gélido da cidade cinzenta na ponta do nariz vermelho.
 Dormirei com seu pijama, enquanto lhe empresto meus livros. Você me pedirá ajuda com os mapas, e no meu fracasso em me repor no espaço, uma pequena briga. Tantas, cada um desses minúsculos desentendimentos pela nossa cumplicidade tamanha, e ventura desvairada, curada logo em seguida, em cálidos beijos no pé do precipício: quando o infinito é sim, além.
Haverá a busca dentro da chuva, no meio da noite, em que você me resgata da revolta dos dias de azar. Jantar à luz de velas, quando a eletricidade cessar sem tempo certo pra voltar. Fotos tiradas apenas de nosso conhecimento. Abraços apertados no meio da cozinha. Dois celulares desligados. Folhas de outonos secas, presenteadas, no meio da agenda é uma recordação disso que iniciamos viver e hesitamos nos beliscar. Caso seja sonho, e acordados sejamos para o regresso à realidade fria e crua, desmazelada, a que vivemos. Por enquanto, não.  Brigamos em meio aos travesseiros, e ofegantes, cessamos os movimentos fisicos para dar inicio ás filosofias da fala. Rodopiamos por entre todos os assuntos do mundo, em nossos pensamentos comuns. Eu, na minha carruagem de princesa, de encontro a você, no seu "aviãozinho" de papel - aventureiro.
Cozinharei, para que você lave a louça mais tarde. Arrumarei a cama, enquanto você fecha as janelas, antes de sair. Tomaremos champagnhe no bico, no mesmo gargalo, sem se importar se amanhã é quarta - feira ou segunda e a rotina nos chama. Venerarei com meus olhos detalhistas a nuca onde, por mim, faria moradia (exclusivamente a sua). O par de olhos no escuro, que é lanterna e projeta no quarto reflexos da nossa brincadeira de ser casal, inconsumada. Os ombros largos, onde faço gosto de me resguardar inteira sempre. No colo um do outro, divagações sobre catástrofes mundiais, intermináveis e suscetíveis. Seu braço em torno do meu pescoço, no relampejo mais forte. Minhas mãos amaciando suas costas, depois dos dias cansativos. Pensar que o mundo que desconhece você, é uma parte da Via Láctea a não ser visitada; é infeliz. Desabafos sobre a vida moderna que nos atrela, no feriado que é cada um desses instantes mágicos, em dupla.
 Dançaremos ao frenési do luar, na sacada mínima de onde você vive. Desejaremos o céu como rota. Compartilharemos sonhos em comum. Ter você pela manhã, querendo fazer parte do teu dia todo. Me entregar à você, de tardezinha, para que a noite seja nossa prolongada. Das poucas horas juntos, faremos com que na marra, sejam estas intermináveis. Dos dias separados, uma saudade aumentada para que quando consumida, em conjunto, a intensidade do toque, dos gestos, das palavras, em nós atinja em cheio e deixe avivado tudo aquilo até então, construído.
 Querer você mesmo suado, sem nojo, pudor ou culpa: de mãos dadas com o desejo. Escrever no seu espelho com batom antes de sairmos de casa. Beijar você do seu andar até o térreo, sem me dar conta que a porta abriu e o elevador chegou. E por desconhecer o que o futuro reserva, guardar tudo isso na memória, nas páginas mais bem decoradas e acessiveis para revisitar sempre, a qualquer hora. Como as folhas e outono no meio da agenda, aquelas que você me deu enquanto passeávamos em algum lugar.

(Camila Paier.)

sexta-feira, 11 de março de 2011

Da ignorância até a sabedoria

Ninguém é perfeito, estamos sempre aprendendo. Houve um homem que passou a vida inteira procurando a mulher perfeita. Terminou solitário, e um amigo o consolou: "Que pena, você passou a vida procurando a mulher perfeita e não a encontrou". O homem então respondeu: "Não, eu a encontrei". Curioso, o amigo quis saber: "Por que não ficou com ela?" E ele respondeu: " Porque ela não quis, estava procurando o homem perfeito".
 Quem disse que se você encontrar o parceiro perfeito ele vai ficar com você? Quando duas pessoas se conhecem, procuram aperfeiçoar-se no amor porque o amor não existe antes da experiência, ele se constrói com a experiência, com a evolução. Esse é o amor que verdadeiramente transforma as pessoas.
Certa vez um homem perguntou a um mestre indiano: "mestre, minha esposa é muito chata, muito encrenqueira, e eu estou querendo deixá-la". O mestre perguntou se ele a amava. "Sim, muito", respondeu o rapaz. "Então você deveria ficar com ela", disse. "Mas, mestre, ela é muito chata."
Amar seu filho quando você chega em casa e o encontra limpo, carinhoso, dizendo: "Pai, eu te amo" pode ser um amor bonito, mas sem glória. É completamente diferente de você chegar exausto do trabalho, gripado, querendo tomar um banho e dormir e encontrar seu filho doente. Seus planos mudam. Você passa a noite cuidando dele e, de manhã, quando o sol começa a entrar pela janela, vc percebe que com seu carinho e sua dedicação ajudou-o a se recuperar. Nesse momento você descobre sua capacidade de amar.
E o mestre prosseguiu: "Quando você chega em casa e sua mulher está bonita e perfumada, cuidando de você e dizendo 'eu te amo', esse amor é bonito, mas não evolui. O crescimento só acontece quando seu afeto não é condicionado às circunstâncias".
Aquele conto de fadas que acabava com a frase "eles viveram felizes para sempre" não passa mesmo de um conto de fadas. Na vida real é preciso evoluir e superar novos desafios. Amar alguém é desejar evoluir juntos. Casar pensando apenas no romance representa uma passagem para o mundo da depressão. Não vai funcionar. O bom do amor, além do romance, é olhar para trás e ver quantos vocês evoluíram, imaginar o futuro e saber que ainda existem muitas conquistas para realizar juntos.
Perguntaram novamente ao mestre indiano Ramesh Balseakar por que as pessoas se machucam tanto quando amam. Ele respondeu: "A gente tem que entender que as pessoas não são maldosas, mas sim ignorantes. Umas magoam as aoutras mesmo quando estão com vontade de se cuidar".
Além de ignorantes, as pessoas são desajeitadas. Ninguém nasce sabendo, e as lições da vida às vezes são muito doloridas. De tão desajeitadas, muitas pessoas acabam machucando quando querem amar. A maldade não existe entre duas pessoas que querem estar juntas. Então é preciso saber perdoar e admirar o desejo do outro de acertar.
 Cada pessoa tem seu jeito de amar, maneiras diferentes, medos e ideias próprias. Às vezes, você pensa: "Mas ela poderia ter falado de outro jeito". Poderia, mas como compreender o mundo interior que a levou àquela reação? O amor é um longo caminho da ignorância até a sabedoria. Se você não tiver prazer em percorrê-lo será somente uma ilusão.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O pequeno principe

" A noite, tu olharás as estrelas. Aquela onde moro é muito pequena, para que eu possa te mostrar. É melhor assim. Minha estrela será pra ti qualquer uma das estrelas. Assim, gostarás de olhar todas elas... Serão, todas, tuas amigas.
 E, também, eu te darei um presente...
Meu sorriso! Ele será como água.
As pessoas vêem estrelas de maneira diferente. Para aqueles que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para os sábios, elas são problemas. Para o empresário, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam.
Tu, porém, terás estrelas como ninguém nunca as teve...
Quando olhares o céu de noite, eu estarei habitando uma delas, e de lá estarei rindo; então será, pra ti, como se todas as estrelas rissem. Desta forma, tu, e somente tu, terás estrelas que sabem rir!
E quando estiveres consolado ( a gente sempre se consola), tu ficarás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo. Terás vontade de rir comigo. E as vezes abrirás tua janela apenas pelo simples prazer.... E teus amigos ficarão espantados de ver-te rir olhando o céu.
Tu explicarás então: " Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!" E eles te julgarão louco. Será como numa peça que te prego...
Será como eu te houvesse dado, em vez de estrelas, montes de pequenos guizos que sabem rir. "

- Saint Exupéry

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Quero voltar a ser feliz

Fui criada com princípios morais comuns. Quando criança, ladrões tinham a aparência de ladrões e nossa única preocupação em relação à segurança era a de que os “lanterninhas” dos cinemas nos expulsassem devido às batidas com os pés no chão quando uma determinada música era tocada no início dos filmes, nas matinês de domingo.
Mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades presumidas, dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos, e/ou mais velhos, mais afeto.
Inimaginável responder deseducadamente à policiais, mestres, aos mais idosos, autoridades.
Confiávamos nos adultos porque todos eram pais e mães de todas as crianças da rua, do bairro, da cidade.
Tínhamos medo apenas do escuro e de filmes de terror.
Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo que perdemos.
Por tudo que meus netos um dia temerão. Pelo medo no olhar de crianças, jovens, velhos e adultos.
Matar os pais, os avós, violentar crianças, seqüestrar, roubar, enganar, passar a perna, tudo virou banalidade de notícias policiais, esquecidas após o primeiro intervalo comercial.
Agentes de trânsito multando infratores são exploradores, funcionários de indústrias de multas. Policiais em blitz é abuso de autoridade.
Regalias em presídios é matéria votada em reuniões. Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos.
Não levar vantagem é ser otário. Pagar dívidas em dia é bancar o bobo, anistia para os caloteiros de plantão.
O que aconteceu conosco?
Ladrões de terno e gravata, assassinos com cara de anjo, pedófilos de cabelos brancos. Professores surrados em salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas. Crianças morrendo de fome!
Que valores são esses?
Filhos querendo brindes por passar de ano.
Mais vale um Armani do que um diploma. Mais vale um telão do que um papo. Que lares são esses de jovens ausentes, pais ausentes?
E o presente? Uma droga!
Quando foi que tudo sumiu ou virou ridículo? Quando foi que esqueci o nome do meu vizinho? Quando foi que olhei nos olhos de quem me pede roupa, comida, calçado sem sentir medo? Quando foi que me fechei?
Quero de volta a minha dignidade, a minha paz. Quero de volta a lei e a ordem. Quero liberdade com segurança! Quero tirar as grades da minha janela para tocar as flores! Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olho no olho. Quero a vergonha, a solidariedade. Quero a esperança, a alegria. Teto para todos, comida na mesa, saúde.
Abaixo o “TER”, viva o “SER”! E viva o retorno da verdadeira vida, simples como uma gota de chuva, limpa como um céu de abril, leve como a brisa da manhã! E definitivamente comum.
Adoro o meu mundo simples e comum. Vamos voltar a ser “gente”?
Discordar do absurdo. Construir sempre um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas. Ter o amor, a solidariedade, a fraternidade como base. A indignação diante da falta de ética, de moral, de respeito...Utopia? Não...  Se você e eu fizermos a nossa parte e contaminarmos mais pessoas, e essas pessoas contaminarem mais pessoas... Quem sabe?

sábado, 15 de janeiro de 2011

A escolha é sua!

Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades.

As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...

Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.

Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.

Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto.Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações.

Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua...!

PEDRO BIAL